Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram suspender a greve iniciada na sexta-feira (25/4) e marcaram uma nova paralisação para o dia 9 de maio. A decisão foi tomada em assembleia realizada na Avenida Paulista, no centro da capital, e ocorre em meio às negociações com o governo estadual por reajuste salarial, melhores condições de trabalho e novas contratações.

A reunião, que reuniu milhares de docentes, foi marcada por divergências entre correntes sindicais. A proposta vencedora, de suspensão temporária da greve e realização de uma nova paralisação após a audiência de conciliação prevista para 5 de maio, foi defendida pela deputada estadual Professora Bebel (PT), uma das presidentes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo). "Sabemos que uma greve por tempo indeterminado seria inviável neste momento", afirmou Bebel. Apesar de protestos contrários, a maioria dos presentes aprovou a proposta.

O movimento dos professores ocorre em meio a uma disputa judicial. Na quinta-feira (24/4), o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) obteve na Justiça uma liminar que obrigava a manutenção de 70% do efetivo nas escolas durante a greve, sob pena de multa diária de R$ 20 mil.

Entre as principais reivindicações da categoria estão um reajuste salarial de 6,27%, a implementação de um plano de climatização das salas de aula e a reabertura de classes do ensino noturno, fechadas recentemente pela gestão estadual. Além disso, os professores cobram a contratação de mais profissionais efetivos, uma vez que boa parte da rede é atualmente composta por docentes temporários.

Antes da greve ser deflagrada, a Secretaria da Educação havia proposto um reajuste de 5%, considerada insuficiente pela categoria. 

Foto: Sinpeem/Divulgação